Só Para Adultos: Shortbus - Sexo, Nova Iorque… e Pessoas!

By Nuno Cargaleiro on 02:34

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Sofia é uma terapeuta sexual que nunca sentiu um orgasmo. Apesar de parecer não afectar a sua relação com Rob, pouco a pouco o casal vai-se afastando. Rob deseja outras experiências sexuais com mulheres que sejam pouco dóceis. Jamie e James, respectivamente uma ex-estrela infantil e um ex-prostituto, são um casal que procura uma solução para a crise em que se encontram. Jamie desconhece, mas James vive o dilema de adorá-lo, ao mesmo tempo que se odeia a si próprio. Por outro lado, Jamie ama James de tal modo que está disposto a incluir um terceiro elemento na equação, na perspectiva de salvar a sua relação. São constantemente observados por um perseguidor que regista vários momentos em fotografias, e que consegue perceber algo para além do evidente. Severin é uma acompanhante sado-masoquista que não consegue sentir-se próxima de ninguém. Nem do cliente que mais adora. Ceth é um ex-modelo e aspirante a cantor que procura uma alma gémea através de um aparelho móvel, interferindo com o funcionamento de alguns pacemakers pelo caminho. Todos estão insatisfeitos, e buscam algo que não encontram neles próprios, onde a sexualidade é uma expressão do seu estado individual. Irão encontrar espaço para explorarem essas aventuras num local chamado Shortbus: um clube onde se junta a gente mais diversa, e onde todos podem explorar a sua sexualidade da maneira que pretender, desde que não force ninguém. Ironicamente, Shortbus não tem nada de pequeno, permitindo espaço para todos, e servindo como um espaço de terapia, encontro, reflexão, ou puro entretenimento.

John Cameron Mitchell, o realizador, procurou criar Shortbus de dentro para fora, a partir dos próprios actores. Mais de um ano antes do início das filmagens, ele organizou um workshop que seria o primeiro casting para o seu novo projecto. Com a ideia de retratar uma história com diversas dimensões e camadas emocionais distintas, através do cruzamento de diferentes personagens, e onde o sexo tinha uma importância acrescida na dinâmica, Mitchell tentou perceber as afinidades entre os actores ao mesmo tempo que incentivava que eles procurassem ideias para as suas próprias personagens.

Após uma primeira escolha, e através das ideias discutidas em conjunto, o argumento foi finalmente escrito. Ousado, provocador, ao mesmo tempo que é honesto e emocional, várias foram as dificuldades que Shortbus teve para chegar a ver a luz do dia. Por exemplo, Lindsay Beamish, a actriz que personifica Severin, foi uma escolha de última hora, provocada pelo abandono de dois dos actores escolhidos. Assim, as duas personagens perdidas foram combinadas numa só. Por outro lado, Sook-Yin Lee, interpreta Sofia, viu o seu emprego como numa conhecida rádio canadiana em risco quando esta tomou conhecimento do seu envolvimento num filme com conteúdo sexual explícito. Foi necessária a intervenção de figuras conhecidas, como Gus Van Sant, Atom Egoyan, David Cronenberg e Julianne Moore para que Sook-Yin Lee mantivesse a sua posição laboral.

Porém, nem todas as notícias eram negativas. Neste projecto, onde o próprio realizador faz um cameo na impressionante cena da sala de sexo, várias foram as figuras underground de Nova Iorque que aceitaram participar, muitas delas a interpretar-se a si mesmas. Com este apoio, o ambiente recriado no clube Shortbus torna-se mais espontâneo. Na maioria dos casos, o argumento seria somente um condutor para os actores, exigindo de cada um uma entrega que leva a acreditar no conceito de família recriado pelo filme.

Equiparar Shortbus a um filme pornográfico é desajustar o objectivo artístico do projecto, e diminuir a sua intenção. O sexo está presente porque nas relações adultas reais também estará. A sua visualização explícita serve para desarmar o espectador de qualquer protecção contra a ficção e deixar-se envolver pelo enredo e pelas questões deixadas pelas personagens. No segmento inicial, Mitchell bombardeia o espectador com cenas inesperadas e explícitas. Desse modo, evita qualquer estereotipação da história que tem para apresentar, já que o olhar preparado do espectador certamente irá observar o resto com uma outra atenção e predisposição.

A crítica social e política está presente, contudo, é dado maior importância ao sentimento e às personagens como pessoas, numa representação dum mundo que é Nova Iorque. Numa medida surpreendente, somos apresentados a uma Nova Iorque em miniatura, numa imagem que representa a cidade quase como se fosse uma pintura, e onde cada pessoa tem espaço para contribuir com o seu tom e a sua personalidade. Assim, quando os habitantes de uma cidade sofrem, esta irá ressentir-se igualmente. Esse aspecto é representado em diferentes momentos, onde a electricidade é usada como metáfora para os curtos circuitos da nossa emoção. A linguagem não assumida dos comportamentos torna-se visível, e desse confronto pode surgir o maior sentimento de solidão e exposição (demonstrado pelo apagão geral que afecta a dado ponto a cidade), tal como pode ser uma oportunidade de redenção e de aceitação do passado e do presente de cada um. Talvez nesse período cada um possa perdoar-se a si próprio, e oferecer igualmente uma nova oportunidade a si mesmo. Ao aceitar os seus demónios interiores, é possível aprender a viver com eles, e até mesmo ultrapassá-los. Como é dito na canção que encerra o filme, no final estes demónios são os teus melhores amigos, visto que são parte integrante da individualidade de cada um.

Shortbus é um óptimo exemplo como a sexualidade pode servir a história sem que o projecto se perca pelo meio. Coerente com a visão que apresenta, pode impressionar inicialmente, mas à medida que avança, consegue com esse atrevimento chegar mais próximo da vida real de cada um que o veja. O amor, a dor, a solidão e o perdão são conceitos universais que afectam a vida do dia-a-dia, e cada um pode encontrar o seu próximo espaço Shortbus no interior da sua casa, ou de si mesmo. Aplaudido por uma audiência em pé, em Cannes, Shortbus é uma fantasia adulta sobre o quotidiano emocional do ser humano que não é fácil de definir. É simplesmente algo que sente e se vive, da mesma forma que cada actor deu vida à sua personagem.

Quantum of Solace

By Nuno Cargaleiro on 22:16

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Foram dois anos de espera desde Casino Royale. Depois de atribuírem a responsabilidade a Daniel Craig de encarnar o agente secreto mais famoso do cinema, e de terem ganho o primeiro desafio, era com alguma expectativa que se aguardava pela nova prestação de 007. Quantum of Solace pode não ser um nome tão típico como os habituais da filmografia sobre James Bond, mas demarca completamente Daniel Craig como o protagonista de uma nova visão de 007. Não é somente o temperamento dele que mudou, mas toda a estrutura habitual que esta saga já nos tinha habituado. Porém, os mais assustados podem ficar descansados, visto que este filme não desdenha o passado. Afinal, podemos ainda encontrar grandes perseguições de carros, mulheres tão belas quanto letais, e uso (embora moderado) de gadgets tecnologicamente avançados. É um outro Bond, simplesmente menos fantasioso, e mais realista.

O enredo inicia-se após os factos trágicos de Casino Royale. Numa situação inesperada no universo de 007, Quantum of Solace assume-se como sequela directa do anterior filme. Embora tenha um segmento narrativo independente, é aconselhável o visionamento de Casino Royale para uma melhor compreensão da história no seu todo, e sobretudo, no entendimento dos estados emocionais de Bond.

Após a trágica morte de Vesper Lynd, o MI6 vê-se confrontado com uma organização criminosa secreta com ramificações mundiais. Apesar da pouca informação que possuem, cedo torna-se claro que a confiança no meio do MI6 é algo frágil. Neste contexto, Bond é encarregado de seguir as poucas pistas obtidas, ao mesmo tempo que procura recuperar-se da mágoa e raiva de um amor perdido, e do desejo de vingança que lhe consome o espírito. Pelo meio encontra Camille (Olga Kurylenko), uma mulher sedutora com um objectivo próprio, e Dominic Greene (Mathieu Amalric), um emissário da obscura organização, e que será mais um degrau no trajecto de Bond em conseguir respostas para as suas questões.

Ironicamente, é curioso como o conceito de confiança (de Bond para consigo e com os outros, assim como de M e do MI6 para 007) é tratado neste filme. Numa situação onde todos questionavam se este Quantum of Solace seria mais do mesmo, com o decorrer do filme claramente verifica-se que não. A acção frenética está presente, assim como as frequentes seduções de Bond. Porém, o núcleo central de personagens é menos plástico, conseguindo demonstrar diversas camadas de humanidade. A realização de Marc Forster ajuda a isso. Para além disso, é curiosa a representação de Camille como uma companheira de armas em vez de mais uma mulher no portefólio de 007. Esse pormenor torna Quantum of Solace com algo sólido e coerente. Estas situações podem ser pormenores, mas afinal, são esses cuidados que distinguem os filmes.

Quanto ao Quantum que o título tanto fala, deve-se dizer que direcção do argumento consegue acompanhar o espectador sem o defraudar por completo. Sejam as respostas limitadas, ou aparentemente incompletas, os fãs (e não fãs) não serão desamparados à medida que se criam novas expectativas para o próximo filme. Quantum of Solace pode não ser o meu predilecto da saga Bond, mas foi o me deixou mais ansioso pelo seguinte!

4 estrelas


Arte de Roubar

By Nuno Cargaleiro on 21:38

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Leonel Vieira pode não ser um nome que agrade a todos os apreciadores de cinema, mas o que é certo é que tem se tornado numa figura que não tem receio de arriscar, o que tem resultado em produtos bastante interessantes. Desde o seu primeiro filme, como realizador, em 1998 que Leonel Vieira tem procurado diversificar os seus projectos entre a comédia, acção, drama, contemporâneo, ou de época. Nesta década, conseguiu oferecer obras diferentes do normalmente é habitual no cinema português. Este Arte de Roubar é a sua mais recente oferta, e apesar de não ser um filme perfeito, é uma ousadia que pode abrir uma nova porta para o cinema português.

Num enredo que mistura influências de Tarantino e Guy Ritchie, nos seus tempos áureos de Snatch, Leonel Vieira relata a história de dois bons malandros, um espanhol e um português, que face a uma série de golpes falhados se vêem diante a oportunidade de roubarem um genuíno Van Gogh. Quem lança a oferta é Augusto, na figura de um sinistro Nicolau Breyner, maravilhoso como sempre.

Mas como quando a oferta, o santo desconfia, esperem muitas surpresas e reviravoltas inesperadas que irão lançar a confusão, e ameaçar a integridade física destes bons malandros, que preferem estilo perante armas, embora com um sentido algo destorcido de honestidade.

Pelo meio temos um índio lançador de facas, um grupo de gangsters anões, um morto que volta à vida, um toureiro que tem a sua orelha cortada, um bandido saído da prisão, sedento de vingança, e muitas situações inesperadas. O objectivo de Arte de Roubar é claro, o de entreter! E nesse sentido consegue um destaque comparativo com várias obras portuguesas.

Talvez nesse sentido comercial, não será de estranhar que o dialecto seja o inglês. Embora a acção ocorra em Portugal, a combinação de actores brasileiros, portugueses e espanhóis justifica uma uniformização de linguagem onde todos estejam ao mesmo nível. Para além disso, poderá auxiliar numa internacionalização, e também, permitir uma menor resistência de um espectador pouco habituado em ouvir português no cinema.

Nota-se um cuidado, atendendo às possibilidades de recursos, que não é normal pelas nossas terras. O humor tem de facto piada, e as cenas de acção tem efectivamente consequências. Embora não deva a nada a outras produções estrangeiras, embora este filme seja uma produção conjunta entre Portugal e o Brasil, verifica-se contudo que ainda existe alguma evolução necessária na dinâmica da acção e na montagem. Alguns momentos que se pretendem mais imediatos tendem a prolongar-se desnecessariamente, embora isso não se prolongue por todo o filme.

A prestaçõe dos actores, que inclui participações especiais de figuras conhecidas, concentra-se sobretudo no quarteto Ivo Canelas, Flora Martínez, Enrique Arce, e Nicolau Breyner, nos quais estes dois últimos roubam o ecrã em cada momento que estão presentes. Quanto a Soraia Chaves, é interessante vê-la como envergonhada, embora com capacidade de agir quando necessário.

Arte de Roubar não é de todo um filme intelectual, é um gozo até ao último minuto! Seja ao cinema americano, ao estilo grindhouse, ou ao cinema de acção, nota-se uma evolução qualitativa que não deve ser ignorada.

3 estrelas

Star Trek

By Nuno Cargaleiro on 15:09

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Já há muito se fala desta nova adaptação de Star Trek. Com o título de Star Trek Zero, em alguns casos, será o resultado a recriação de J.J. Abrams do clássico mundo Trekkie. Se James Bond e Battlestar Galactica tiver direito a uma nova roupagem, parece que a moda é pegar em receitas que já funcionaram e apresentar uma nova visão, sem que seja directamente um remake.

Por enquanto, as imagens deste filme conseguem captar o espírito da anterior série, e demonstram realmente a vontade de ir a onde nunca outro homem foi antes!

Amália, O Filme

By Nuno Cargaleiro on 21:45

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Está disponível na internet, e graças ao canal da RTP no youtube, o trailer no filme que se centra na vida da mais famosa cantora portuguesa: Amália.

Com estreia prevista para Dezembro, fica aqui o primeiro olhar da obra de Carlos Coelho da Silva, com argumento de Pedro Marta Santos e João Tordo, e que conta com nomes sonantes no elenco. Quanto ao papel de Amália, será desempenhado porSandra Barata.

Ice Age: Dawn of the Dinosaurs

By Nuno Cargaleiro on 21:01

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Sid, Diego, Manny, Ellie e o louco Scrat estão de regresso para mais uma aventura, naquela que é uma saga de animação mais bem sucedida!

Desta vez, trazem companhia (indesejável), ao entrarem na era dos dinossauros.

Contudo, é o esquilo Scrat que pode sair a ganhar neste filme com um novo interesse amoroso. Será que o seu amor por bolotas vai ser ultrapassado?


Revista Red Carpet

By Nuno Cargaleiro on 20:30

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